Entrevista com Tiago Dória - parte 1
Blocos temáticos: apresentação, parte 1, parte 2, parte 3 e parte 4.
Como começou o seu envolvimento com a tecnologia?
Durante a infância e adolescência, eu tive mais aquela cultura do vídeo-game. Tive Atari, Master System, Mega Drive e por aí vai. Então foi um passo para começar a gostar de computadores desktop.
Conte um pouco da sua trajetória profissional. Por que você escolheu estudar jornalismo?
Sempre gostei de estar em contato com pessoas de diversas àreas e nunca me vi trabalhando em um emprego com horas fixas. Sempre gostei de ler - até mais do que escrever. Na verdade, fiquei na dúvida entre Sistemas de Informação na Fatec e Jornalismo. Por já ter alguns conhecidos na área, deixei a Fatec de lado e optei pelo Jornalismo. Isso foi em 1998.
O que você aproveitou do curso de jornalismo?
Fiz jornalismo na Católica de Santos. Não me decepcionei tanto com a faculdade porque eu tinha uma noção do que encontraria pela frente... A realidade do mercado de trabalho no Brasil ainda exige a formação em jornalismo. É bem diferente dos EUA ou da Coréia do Sul. O curso abriu portas para eu trabalhar na área e fiz isso desde o primeiro ano, deixando com que a faculdade funcionasse mais como um complemento.
No final das contas, depois de formado em Comunicação Social, acabei fazendo a Fatec, mas tive que trancar o curso no ano passado.
Fale um pouco mais sobre o curso na Fatec?
O curso na FATEC é de Sistemas de Informação, mas na época foi batizado de Gestão de Negócios em Informática. Basicamente ele mistura administração com programação de dados. É formado por muitas matérias interessantes que ajudaram na minha formação - História da tecnologia, Administração de banco de dados, Análise e Projetos de Sistemas e Comunicação empresarial [na visão do empresário e não do jornalista].
Qual a relação entre esse curso e o jornalismo?
Ambos trabalham com administração de informações. A forma de um jornalista e um administrator de banco de dados pensar é muito parecida. Ambos trabalham com hierarquização, classificação e otimização de informações.
Acredito até que a tendência é o jornalista se ver cada vez mais como um especialista em informação. Ele não faz jornal, programa de rádio, nem edita e atualiza site. Ele trabalha com informação e dados. Não importa o formato - blog, jornal, televisão ou podcast.
Ou seja, a pessoa tem que se colocar como um profissional capacitado para trabalhar com informação, desde um conteúdo noticioso até a administração do banco de dados de uma empresa.
Qual dos dois te ajudou mais profissionalmente?
Apesar dos dois cursos tratarem, em essência, sobre "adminstração de informação", a impressão que fiquei é que aprendi mais em 2 anos de Fatec do que em 4 anos de Jornalismo. Além da parte de administração de projetos [que gosto bastante], no caso, questões, como gerenciamento e hierarquização de informações e dados, são tratadas com mais profundidade na Fatec.
Além de gerir fluxos de dados, o comunicador também está filtrando e selecionando esse conteúdo. Você não acha que para fazer isso de maneira criteriosa ele precisa conhecer sociologia, economia, história?
Na Fatec, o 1º ano conta com aulas de Economia, Filosofia e Psicologia. Acabei pulando algumas, pois já tinha feito na época da de jornalismo.
Comments
Ai... para uma quase graduada em jornalismo é triste ouvir da maioria das pessoas que este curso pouco contribuiu para a formação. Bom, não que eu discorde disso. Tudo que eu faço hoje, pouco teve a ver com a faculdade. Mas ainda assim, fico pensando se o motivo dessa crença não está no fato de que saímos da faculdade meio novinhos (e consequentemente, inexperientes, por mais que a gente tenha estagiado). Aí, quando ganhamos experiência, acabamos achando que o curso que não foi bom o bastante, pois nos comparamos com a pessoa que eramos ao deixar a faculdade.
Também tive a sensação de que o Jornalismo não serviu muito quando eu comecei a trabalhar. Mas depois, comecei a pensar na criatura que era antes do curso, aos 17 anos. Acho que isso faz essa sensação se dissipar um pouco.
Não sei. Espero que sim.
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